Consumo brasileiro: veja as mudanças trazidas pela inflação

Quer saber tudo sobre como vem sendo o consumo do brasileiro no período da inflação? Então, leia este artigo e descubra como isso funciona.

Consumo brasileiro

Boa parte do mundo vem enfrentando problemas com a inflação depois que a pandemia da Covid-19 passou. A retomada das atividades econômicas fez com que a inflação sobre os produtos em geral se abatesse sobre a sociedade. Entretanto, no Brasil esses números são absurdamente superiores ao resto do mundo e fez com que o consumo do brasileiro mudasse. 

Para se ter uma ideia, o Brasil está atualmente com a terceira maior inflação do planeta. Ficando atrás apenas de países que estão enfrentando crises econômicas a muito tempo, que são Turquia e Argentina. Aliás, até o presente momento, o atual governo não apresentou políticas para mudar essa situação, além do auxílio base com duração de 12 meses para famílias carentes. 

Intenção de consumo aumenta entre os Brasileiros

Apesar do aumento no número de pessoas interessadas em consumir no Brasil, o que pode se dar graças às medidas de suporte à renda, os números ainda estão abaixo do que era esperado ou do que seria o ideal. Mesmo com crescimento da inflação e dos juros mais altos, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) no país chegou aos 80,2 pontos em junho.

Passando os resultados do mês nos últimos dois anos, de acordo com pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Contudo, mesmo com o crescimento para o mês em 2022, o estudo aponta um mercado que ainda não está estável como deveria. Isso porque a CNC considera que um resultado positivo se dá a partir dos 100 pontos.

Os números podem parecer animadores, entretanto, ao dar uma olhada mais de perto na situação econômica do país, vemos que as coisas estão muito piores. Pois, apesar do crescimento nas intenções de compras, a qualidade de vida do brasileiro caiu bastante. Além disso, a inflação tem afetado outras diversas áreas da população.  

Mudança nos hábitos de consumo no Brasil

O brasileiro está adaptando os seus hábitos de consumo, ainda mais quando se trata das compras de supermercado. Uma das mudanças mais notáveis é a alteração na escolha das marcas mais famosas por outras menos populares e com preços mais em conta. Isso é o que demonstrou uma pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. A inflação é o principal motivo para tal mudança, de acordo com o levantamento.

Consumo brasileiro

Além disso, as maiores taxas de juros e o aumento nos preços de bens e serviços, também colaboram e acabam resultando em uma elevação no custo de vida e no empobrecimento das famílias. E também foram constatadas alterações no consumo de energia elétrica e também em uma maior economia de combustível. Os resultados obtidos por meio da pesquisa mostraram que mais de 90% dos entrevistados fizeram mudanças nos seus hábitos de consumo.

Com destaque para as principais áreas de consumo, como o gasto de energia elétrica, compras de alimentação e uso de transportes. Além disso, em alguns casos também aconteceram alterações com gastos em saúde e atividades sociais. Dessas pessoas, 70% relataram ter desligado aparelhos ou estão evitando usá-los com a mesma intensidade de antes para economizar energia elétrica.

No que se trata de alimentação, 65% dos consumidores começaram a comprar no supermercado as marcas que têm o preço mais baixo. Além disso, uma em cada três pessoas afirmou ter cortado os alimentos que não são primordiais. E não para por aí, a cada dois entrevistados, um afirmou que passou a comprar uma quantidade menor de peixe ou carne. Se você mora no Brasil, com certeza já passou por alguma dessas situações.

Outras mudanças de consumo

A mobilidade é, com certeza, uma das causas da mudança de consumo. De acordo com os dados da pesquisa, três quartos dos entrevistados afirmaram ter alterado suas formas de consumo. Destes, 45% pararam de usar o carro graças ao aumento no preço do combustível. E outros 28% afirmaram estar dirigindo de um jeito que seja mais econômico. E como infelizmente não poderia ser diferente, as famílias com renda mais baixa foram atingidas de forma pior.

Aliás, até mesmo os consumidores que têm uma maior estabilidade financeira passaram por mudanças nos seus hábitos de consumo. Mais da metade dos entrevistados afirmaram ter aberto mão totalmente ou adiado a compra de roupas. Outros 47% eliminaram as atividades sociais, como frequentar restaurantes e bares, e  por fim, 30% fizeram alterações nos seus planos para as férias.

Por fim, até mesmo a área da saúde foi afetada. Sendo que parte dos entrevistados cancelaram algum tipo de atendimento odontológico (29%), enquanto a outra parte cancelou consultas médicas (26%). Inclusive, um grupo resolveu retardar a compra de óculos ou aparelhos auditivos (20%). Porém, sabemos que algumas situações relacionadas à saúde não podem ser adiadas ou canceladas.

Queda na qualidade de vida no Brasil

Com os cortes feitos em custos essenciais foi revelado que a qualidade de vida dos brasileiros foi afetada, com destaque para as classes sociais mais pobres. Dos entrevistados, cerca de um quarto de todos os entrevistados afirmou que a situação financeira atual da família é bem difícil.  Sendo que 39% disseram que, no momento atual, a condição é pior do que a de anos anteriores.

Além disso, mais da metade dos entrevistados (58%) confirmou que não possui dinheiro extra ou economias para conviver com possíveis aumentos de preços no futuro. Agora, um ano após o fim da pandemia, era esperado que os níveis de inflação não estivessem tão altos. Contudo, as medidas base que o governo tomou até pretendem dar uma melhorada no cenário, cabendo agora esperar por mudanças nas políticas econômicas para que o país cresça.