Desempregados estão na busca há anos

Entenda porque 3 a cada 10 desempregados continuam fora do mercado de trabalho e não conseguem se realocar.

É preocupante o número de desempregados
É preocupante o número de desempregados

3 em cada 10 desempregados estão na busca há mais de 2 anos

O mar não está para peixe! O dito popular representa bem a situação do país com relação ao mercado de trabalho e a taxa de desemprego no país. Olhando as estatísticas, a situação não é animadora. Apesar de as taxas de desemprego estejam diminuindo não tão consideravelmente.

É importante investigar como a taxa de desemprego é calculada e a diferença entre desempregados e desocupados. Saber as principais causas do aumento das taxas de desemprego e quais os grupos sociais mais atingidos. Saiba também porque quanto mais tempo fora do mercado de trabalho, mais difícil ser realocado no mercado de trabalho. Entender os novos formatos e também se manter atualizado para quem sabe se reencontrar enquanto profissional.  

Entenda como é calculada a taxa de desemprego

A taxa de desemprego é calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Por meio da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD) periodicamente em território nacional. Essa taxa é uma representação do índice de pessoas economicamente ativas no Brasil. Ou seja, em idade para trabalhar, mas que se encontram desempregadas.

Com efeito, entram na conta tanto empregos formais, como pessoas autônomas que trabalham como terceirizadas, por exemplo. E também pessoas em colocações não formais, como é o caso de ambulantes ou que tenham negócios não registrados. Atualmente a taxa de desemprego no país é de 8,7% e tem reduzido ao longo dos trimestres. Mas está longe de ser considerada uma taxa ideal. Essa redução é, em dada medida, um reflexo da expectativa dos investidores de melhora do mercado financeiro.

Desempregados versus desocupados

Para entender melhor o que significa a taxa de desemprego, é importante também entender a diferença entre desempregados e desocupados. Para as estatísticas, a população desempregada é formada por pessoas de 14 anos ou mais que estão sem trabalho e estão em busca de emprego.

Quem não está empregado e não está buscando oportunidades não entra nos cálculos de desemprego, e o IBGE considera essas pessoas como desocupadas. Empregados com carteira assinada representam cerca de 36,3 milhões de pessoas. As que não possuem carteira assinada estão entre o maior número registrado na série histórica desde o ano de 2012, 13,2% de pessoas.

Após o advento do Microempreendedor Individual (MEI) nos últimos anos, o mercado tem desenvolvido novas modalidades de ocupações e formatos de relações trabalhistas. Esse tem influência direta sobre os números relacionados ao aumento das ocupações e a redução da taxa de desemprego.

Causas do desemprego

Infelizmente alguns pequenos negócios não conseguiram se manter. Por consequência e deram vazão ao surgimento de novos negócios, novas ocupações e muitas outras mudanças no mercado de trabalho, que só veremos os efeitos daqui alguns anos, além dos efeitos já sentidos atualmente.

O país parado por mais de 60 dias certamente deixaria um grande lapso até que as empresas se adaptassem com saídas para continuar mantendo os empregos das pessoas por meio de benefícios concedidos pelo governo aliados as modalidades trabalho remoto e híbrido que se mantém entre algumas empresas até os dias atuais.

É preocupante o número de desempregados no país

Mulheres, negros e jovens são os mais atingidos pelo desemprego

As pessoas que mais são atingidas pelo desemprego, são mulheres, negros e jovens. Segundo as estatísticas, a taxa de desocupação das mulheres é de 11%, percentual bem maior que a dos homens. Para pessoas negras, também é bem difícil se recolocar no mercado de trabalho. A taxa de desocupação é de 11,1% para pessoas que se autodenominam negras e 10,0% para pessoas pardas.

E quanto aos jovens a taxa é ainda maior. Quanto mais jovem é maior é a taxa. Cerca de 31,7% dos jovens entre 14 e 17 anos encontram-se fora do mercado de trabalho, enquanto aqueles que têm entre 18 e 24 anos, correspondem a 18%.

As causas para as dificuldades para essas classes: mulheres, negros e jovens, são um retrato do modo como o país tem elaborado suas leis trabalhistas e como as pessoas mais jovens são negligenciadas, com educação defasada e falta de preparo para o mercado de trabalho.

Quanto mais tempo fora do mercado de trabalho mais difícil encontrar emprego

E quanto mais tempo essas pessoas ficam fora do mercado de trabalho, mais difícil é voltar para o mercado de trabalho. Segundo a pesquisa elaborada pelo PNAD, o país encerrou o 3º trimestre do ano de 2022, com um contingente de 4,3 milhões de pessoas que desistiram de buscar um emprego.

A conta basicamente é 3 em cada 10 desempregados permanecem em busca de recolocação no mercado de trabalho há mais de dois anos. E isso só tende a piorar, pois o mercado está cada vez mais exigente e diverso.

Principalmente por conta de tantas mudanças nos formatos de trabalho e no aumento do uso de tecnologia em várias instâncias sociais. Hoje, se você é especialista em tecnologia, tem basicamente grandes chances de ingressar no mercado de trabalho por meio de bancos digitais ou fintechs. Fica a dica!

O que esperar do mercado de trabalho para os próximos meses?

Com a queda da taxa de desemprego, o mercado financeiro e os investidores têm mudado sua estratégia de investimento para os últimos meses de 2022 e também para o próximo ano. Por isso, é importante estudar o mercado antes de procurar um emprego, e só tomar uma decisão depois de saber exatamente se está de acordo com suas habilidades e competências como profissional. 

Com os números mais favoráveis, espera-se que em 2023, haja muito mais vagas de emprego no mercado em decorrência do aquecimento da atividade econômica no Brasil. A ideia parte do fato de o governo ter tomado medidas de estímulo que devem impactar no próximo ano.

Muito embora haja perspectiva de mudança e de crescimento, o movimento será inegavelemente lento e a longo prazo. Já que os desafios demonstram ser não só para quem busca um emprego, como para quem trabalha como recrutador. Cerca de 68% deles acreditam igualmente que encontrar profissionais qualificados será um grande desafio e os outros 76% estão preocupados com o fato de manter o profissional na empresa.

Ler sobre novas ocupações, pesquisar por novas áreas e se profissionalizar em determinada área e se aprofundar em determinado nicho de mercado. Não se esqueça de verificar se as suas ações estão de acordo com as vagas pretendidas.

Em síntese, é importante respirar fundo nesse momento e não acelerar. Tenha certeza de que há chances para reiniciar a sua carreira e sair das estatísticas de desemprego. Esse é o momento de retomar as rédeas de sua carreira profissional e avançar rumo a um novo momento profissional.