Inflação Brasileira – Por que está tudo caro?

Por que a inflação aumentou? Como o cenário econômico global abala nossa inflação? Clique aqui e confira as respostas para essas perguntas!

Por que a inflação aumentou? Qual a sua história e como ela impacta você hoje? Como o cenário econômico global abala nossa inflação? Se essas perguntas te deixaram com uma pulga atrás da orelha, então você está no lugar certo! Porque hoje, você verá as respostas para essas perguntas e como a inflação pode impactar o seu estilo de vida. Então, sem mais delongas, vamos ao conteúdo deste artigo!

O que é inflação?

Antes de nos aprofundarmos no conteúdo deste texto, vamos descer alguns degraus para entender o que, de fato, é a inflação e como ela impacta sua vida financeira. Resumidamente, a inflação é explicada como a redução do poder de compra dos cidadãos. Isso significa que a média de preços de bens e serviços aumenta, fazendo com que a moeda do país em questão perca seu valor intrínseco.

Mas, como isso impacta seu bolso na prática? Bem, pense que você vai ao supermercado, hoje, e compre um pacote de arroz a um certo valor. Com a inflação, o valor desse pacote de arroz tende a mudar ao longo do tempo. Logo, daqui há 5 anos, considerando o aumento dos índices inflacionários, o preço do pacote de arroz aumentará, fazendo com que você perca seu poder de compra e que a moeda – o real, no caso – desvalorize.

Por isso, entender sobre a inflação é importante para saber a base da economia do nosso país. Contudo, como a inflação é medida? Em geral, isso é feito por 2 tipos de indicadores – o IPCA e o INPC. O IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo – é usado para medir a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços vendidos no varejo e consumidos pela população brasileira.

Já o INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor – mede a correção do poder de compra da população brasileira assalariada baseada nos preços da cesta de consumo básico.

Inflação Brasileira ao longo dos anos

Como vimos, a inflação tem um impacto direto na vida do consumidor. Além disso, é uma ótima representação do estado econômico atual do país. Mas, como o Brasil lidou com a inflação ao longo dos anos? Será que esses índices sempre assustaram os brasileiros ou tivemos períodos econômicos menos conturbados? Para responder a essas perguntas, vamos analisar a linha cronológica da taxa inflacionária no Brasil, quais foram suas causas e consequências!

1960

Nesta década, o Brasil registrou uma inflação de 92% em 1964. Isso ocorreu por conta dos gastos do governo militar, da crise mundial do petróleo e da ditadura militar. Nesse sentido, como consequência, houve o Plano de Metas e Plano de Ação Econômica do Governo em 1965, com reformas institucionais e política de taxas inflacionárias, fechando 1969 em 19% ao ano.

1970

Em 1974, o Brasil registrou uma inflação de 46%. Esse número foi reflexo do “Milagre Econômico”, que ocorreu até 1973, culminando na “explosão” do endividamento público e na expansão da produção de bens de capital falhou, levando ao apertamento salarial e à alta de preços. Com isso, pensando em resolver esses problemas, o governo criou um programa de investimentos para substituição de importação de aço, produtos petroquímicos e outros básicos, além de promover a autossuficiência do Brasil em setores estratégicos.

1980

No fim da década (pasmem), a inflação chegou a ultrapassar 1900%! Esse número alarmante foi consequência da crise mundial que veio forte junto com o desequilíbrio da balança comercial. Dessa maneira, a dívida externa triplicou, e a interna piorou 400 vezes mais. Para solucionar esse problema, houve o congelamento de preços do Plano Cruzado, além do Plano Bresser, visando deter a aceleração do índice inflacionário com políticas monetárias e fiscais. E por fim, a criação do Plano Verão, para uma contração da demanda e desindexação com uma nova unidade de valor.

1990

Essa década foi um tanto conturbada para o Brasil. Afinal, depois de passar por 2400% de inflação ao ano, no final de 1999, os índices fecharam em 9%. Para explicar, essa instabilidade econômica foi reflexo dos planos mal conduzidos da década anterior, além do descaso político e das contas desajustadas. Para contornar a situação, o governo da época criou diversos artifícios, como o Plano Collor I e II com o confisco da poupança e fracasso imediato, o Plano Real com ajuste fiscal prévio.

2000

Nesta década, o auge da inflação ocorreu em 2002, chegando a 12%. Isso por conta da alta do dólar e dos preços de alimentos, bebidas e de produtos que, até então, estavam sendo estancados pelo governo. Pensando nisso, um artigo publicado pela revista Conjuntura Global, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), relaciona o tal “Milagre Econômico” desta década à alta do preço das commodities agrícolas no mercado global, e às políticas de estímulo ao consumo, a investimentos públicos e à valorização do salário mínimo e criação de programas de transferência de renda.

2010

Na década de 2010, o Brasil passou por bons momentos, alternando a taxa da inflação entre 4% a 6%. Esses “anos dourados” foram consequência de uma equipe econômica prudente, que passava confiança aos investidores e ao mercado externo. Porém, a partir de 2011, a economia voltou a desacelerar por conta de um descontrole na política de preços. Com isso, a recessão chegou entre 2015 e 2016, com a explosão do desemprego.

Inflação Brasileira hoje em dia

Nos últimos anos, a inflação brasileira sofre com conturbações políticas-econômicas internas e com as crises globais. Atualmente, o Brasil foi classificado como a quarta inflação mais alta dentre as maiores economias do mundo, ficando atrás apenas de Turquia, Argentina e Rússia. Para exemplificar, a taxa inflacionária atual do Brasil acumula a marca de 11,7% frente à média global de 8,8%.

Essa alta é explicada, principalmente, por conta do estabelecimento da indústria mundial, da guerra entre Ucrânia e Rússia e da incerteza associada à pandemia do coronavírus. Ademais, olhando para o futuro, o Banco Central já admitiu que não conseguiremos cumprir a meta para a inflação até o fim de 2022. Além disso, a expectativa para os indicadores – IPCA e INPC – para 2023 é de alta projetada de cerca de 1,1%.