Nos últimos anos a discussão sobre segurança de dados na internet e nas mídias sociais cresceu drasticamente. Principalmente nos Estados Unidos, depois que empresas usaram o Facebook para impulsionar a eleição de Donald Trump em 2016. Desde então, esse assunto virou um dos principais focos do governo americano que busca regular e assegurar que os dados dos usuários não sejam acessados ou vazados. E isso é o que vem acontecendo com o TikTok nos EUA.

E agora esse tema ganhou um novo capítulo. Autoridades do governo dos EUA estão renovando ações para que o Google e a Apple removam o TikTok da sua loja de aplicativos. As empresas têm os principais sistemas para smartphones do mundo, o Android e o iOS. Caso a remoção aconteça, o aplicativo vai ser amplamente afetado. Continue lendo para saber mais!

Entendendo: o que é o TikTok?

O TikTok é o aplicativo para edição de vídeos curtos mais popular do mundo atualmente. A plataforma, inclusive, possui perfis para cada usuário e comunidades que podem interagir, compartilhar conteúdo, seguir outros perfis e muito mais. Sendo basicamente uma rede social focada em vídeos. O sucesso do aplicativo foi gigante em todo mundo, mas principalmente nos Estados Unidos.

O sucesso foi tão grande, que muitos estavam sugerindo que ele seria o primeiro a conseguir rivalizar com o YouTube, dominante em todo mundo. Atualmente, o tiktok tem aproximadamente 800 milhões de usuários registrados. Estando em terceiro lugar como rede social, perdendo apenas para os 2.1 bilhões do facebook e os 1.3 bilhões do Instagram.

Uso de dados pessoais

Como toda rede social ou plataforma de mídia, você deve criar um cadastro no aplicativo para poder fazer uma experiência de uso mais personalizada. Dados como nomes, email e muitos outros podem ser solicitados. Foi exatamente nesse ponto que surgiu o problema para a empresa com o governo americano. Pois, ele afirmou que a sede de monitoramento e segurança do TikTok situada na China, pode acessar os dados dos usuários cadastrados nos Estados Unidos.

Órgão regulador dos EUA

Um membro da Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos fez uma renovação dos pedidos para que Google e Apple retirem o TikTok de suas lojas de aplicativos. Para essa solicitação, foram mencionadas preocupações de segurança nacional em torno da ByteDance, empresa  chinesa que faz o controle do TikTok.

Por meio de uma carta emitida em 24 de junho para os CEOs da Apple e do Google, o comissário da FCC, Brendan Carr, afirmou que a ByteDance está “em dívida” com o governo chinês e sendo “exigida por lei a cumprir o governo chinês demandas de vigilância”. Carr ainda salientou que as alegações revelaram que o TikTok não se encaixa com as políticas exigidas por ambas as empresas e que todos os aplicativos presentes nas lojas já seguem.

Resposta do TikTok

Por meio de uma carta enviada a senadores republicanos, o TikTok confirmou que os membros da equipe que trabalham na sede principal da empresa, a ByteDance, podem sim ter acesso aos dados de usuários cadastrados nos Estados Unidos. Entretanto, Shou Zi Chew, CEO da rede, afirmou que funcionários de fora dos EUA, inclusive aqueles que estão na China, estão sob diversos protocolos de supervisão e segurança para autorização dos dados por parte da equipe que fica nos EUA.

A empresa afirmou: “Como muitas empresas globais, o TikTok possui equipes de engenharia em todo o mundo”. Por fim, ele ainda afirma que o TikTok possui um sistema de classificação de dados próprios e que conta com diferentes níveis de acesso, de acordo com a profundidade das informações. Mas, não foi só isso, a empresa escreveu uma carta que chegou até o jornal The New York Times.

“Empregamos controles de acesso como criptografia e monitoramento de segurança para proteger os dados do usuário, e o processo de aprovação de acesso é supervisionado por nossa equipe de segurança sediada nos EUA. O TikTok manteve consistentemente que nossos engenheiros em locais fora dos EUA, incluindo a China, podem receber acesso a dados de usuários dos EUA conforme necessário sob esses controles rígidos.” – disse o TikTok.

Partido Republicano

As suspeitas a respeito do TikTok voltaram aos holofotes depois que o BuzzFeed (empresa norte-americana de mídia de notícias) revelar o fato de que os engenheiros da ByteDance podiam acessar os dados dos usuários americanos pelo menos até janeiro de 2022, mesmo eles estando na China. Depois da carta enviada aos parlamentares, a senadora Marsha Blackburn afirmou que o TikTok deve ser interrogado pelo Congresso dos EUA.

Segundo a senadora, a resposta reforçou os medos de que o Partido Comunista da China possa ter controle ou influência dentro da empresa. Em seguida, veio o pedido do comissário republicano do FCC que Apple e Google tirassem o TikTok de suas lojas de aplicativos. Entretanto, a instituição não tem autoridade para fazer esse tipo de solicitação seja aceito ou cumprido.

Depois de todos esses fatos, o TikTok anunciou que vai fazer a transferência de todos os dados de usuários americanos para servidores da Oracle. No momento, eles ficam armazenados dentro de servidores da própria empresa, situados nos EUA e também em Singapura. Essa informação é muito importante para entender melhor como funciona o armazenamento de dados da rede social.

Os próximos passos do TikTok nos EUA

Apesar de todos esses pontos e questionamentos, até o presente momento nenhuma decisão foi tomada. Google e Apple não se manifestaram e seguem com o aplicativo em suas lojas. Ao mesmo tempo, as solicitações ainda não foram atendidas pelo congresso americano e pode acabar levando muito tempo para que isso aconteça. Até lá, é provável que a empresa já tenha resolvido esse problema com o armazenamento de dados.